Moçambique prospecta nova plataforma de gás para alimentar a Europa, diz relatório AIM

Por: Abudo Omar
Data: 03/09/ 2022
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Filipe Nyusi (clubofmozambique)

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, revelou quinta-feira a possibilidade de instalação de uma segunda plataforma flutuante para extração e processamento de gás natural na bacia do Rovuma, ao largo da costa da província nortenha de Cabo Delgado, para atender à crescente demanda por gás na Europa, após a invasão russa da Ucrânia.

"Instalamos a primeira plataforma e qual a possibilidade de fazer outra? Há estudos nesse sentido para que isso seja acelerado. Já tive reuniões com empresas que exploram gás. Empresas italianas e francesas e seus parceiros”, disse Nyusi em Maputo, após a 5ª Cimeira Bilateral entre Moçambique e Portugal, no âmbito da visita de dois dias que o primeiro-ministro português, António Costa, está a fazer ao país.

"Fiz reuniões para ver o que pode ser feito, pois há muita demanda", acrescentou. O líder moçambicano estava a responder a perguntas de jornalistas sobre como o gás moçambicano pode compensar a escassez na Europa.

Nyusi reconheceu que o mercado existe e há uma grande demanda por gás. Assim, os estudos em curso pretendem acelerar a produção que possa alimentar os mercados africano e europeu.

Recordou que, há alguns anos, “depois de fazer prospecção e de ter chegado à conclusão de que havia gás, parti numa missão conjunta para procurar um mercado para que fosse feito um estudo de viabilidade. Fui a muitos países da Europa exactamente para entender se havia mercado ou não e, também, um bom mercado. O que significa que os primeiros passos já foram dados e já sabemos para quais mercados o gás irá".

A plataforma actualmente ancorada ao largo da costa de Cabo Delgado é a plataforma de extração e liquefação de gás Coral South. É a primeira plataforma desse tipo em águas profundas e o primeiro projecto desse tipo na África.

A produção (3,4 milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano) será vendida à empresa britânica BP com um contrato de 20 anos, com opção de prorrogação por mais 10.

A plataforma possui tanques de armazenamento no casco e 13 módulos acima deles, incluindo uma planta de liquefação, um módulo de oito andares onde podem viver 350 pessoas e um heliponto.

A plataforma encontra-se na Área 4 da Bacia do Rovuma. É operado pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), na qual a empresa italiana de energia ENI, CNPC da China, e a gigante norte-americana de petróleo e gás ExxonMobil detêm uma participação de 70 por cento.

Os outros membros do consórcio – Galp de Portugal, KOGAS da Coreia do Sul e a própria Companhia Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique – detêm, cada um, uma participação de 10 por cento.

Fonte: Club of Mozambique


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